2009/01/23

CHINA ZELA PELA ÉTICA E QUALIDADE NOS NEGÓCIOS

Para que conste,
Foram abruptamente julgados os autores da péssima imagem ao “Produto Chinês” no caso do uso da melanina na produção do leite.

A China vive períodos difíceis, com a falência de empresas, desemprego aumenta, condições de trabalho precárias e salários em atraso. Inclusive, socialmente à chinesas a viver uma pobreza sufocante (julgo, que muitos vivem com menos de o equivalente 1,00 € dia). Um caso detectado e exposto a todo Mundo como o do Leite, deixa uma imagem que contribui em prejuízo à confiança e qualidade da Produto e Comércio Chinês.

O julgamento apesar de bruto e contrário aos meus princípios e direitos humanos, serve para mostrar a todo Mundo o compromisso e vontade em servir todas as economias mundiais com garantias de um comércio justo. Quem pisar o risco e prejudicar a imagem da China, paga bem caro os esforços de uma nação inteira.

P.S. – Evidentemente que não esqueço a exploração laboral infantil e outras situações que em concreto são apontadas aos Chineses.

2 comentários:

Anónimo disse...

Concordo e discordo contigo.

Concordo que foi um julgamento célere e exemplar pelo facto de terem sido julgados os responsáveis e não as formiguinhas exploradas em toda a China pelos interesses comunistas - parece quase um contrasenso, mas a aplicação da política 1 país 2 sistemas não foi das mais benéficas para a China. Continua a ser um dos países mais pobres do mundo com milhões a viver com menos de 1dólar por dia e um dos países com um nível de desigualdade que bate os píncaros do ranking dos duzentos e poucos países que há no mundo.

Tal como tu, também não sou adepta (se é que se pode usar esta palavra quando a vida é um valor fundamental) da pena de morte. A vida é para mim um valor intocável e como dizes, e bem, um Direito Humano fundamental.

"Quem pisar o risco e prejudicar a imagem da China, paga bem caro os esforços de uma nação inteira".

Esta é a parte onde discordamos, não deveria ser preciso dizer uma coisa destas, pois se o comércio fosse verdadeiramente justo e houvesse uma política mundial industrial concertada não haveria discrepâncias da produção chinesa e da produção portuguesa, por exemplo. Face à política de escravização dos trabalhadores chineses, "eles" conseguem injectar no mercado mundial produtos a preços da chuva e como esta investigação (do caso melanina) vem provar e acredito que o caso do leite não foi caso único, de qualidade duvidosa.

Em relação ao conceito de comércio justo - e é uma temática que me é bastante querida - o comércio nunca será justo enquanto se impuser o lucro ao bem-estar social dos trabalhadores. São do conhecimento geral - o que custa às vezes é abrir os olhos - as condições de trabalho nas economias emergentes. Que tendo taxas de crescimento anuais assustadoras atropelam os direitos dos trabalhadores, estão presos às máquinas, dormem ao lado das que os escravizam, não se conseguem libertar do jugo imposto pelos seus donos (verdadeiros donos! Que me fazem lembrar aquelas imagens da escravatura no Brasil, onde os escravos são retratados atados uns aos outros por grossas correntes).

O comércio que temos é cruamente o LIVRE COMÉRCIO. Há organizações como a Oxfam que lutam para que haja um verdadeiro comércio justo, só que à entrada dos muros europeus e norte-americanos os produtos fairtrade vindos do Sul do mundo têm de pagar elevadissimas taxas alfandegárias. E quanto pagam os produtos chineses ou portugueses ou norte-americanos para entrar, por exemplo, no Sri Lanka (um dos maiores produtores de algodão do mundo!) nada ou nadinha em termos comparativos.

No norte do mundo a política da maior parte das empresas é a de comprarem o produto em bruto e transformarem-no no seu próprio território. Trazem, por exemplo, café ou cacau às toneladas - pagando uma taxa alfandegária irrisória - em vez de importarem os produtos finais.

E quem é que disse que o melhor chocolate era feito na Suiça? Então, mas eles produzem cacau e ninguém sabia? Quem diz isto é porque nunca provou uma bela tablete de chocolate da América do Sul ;)

Agora é só alargar estas contas a todos os produtos que enchem a despensa lá de casa: arroz ou massa. Ou no armário como as t´shirts compradas numa qualquer multinacional cujo algodão vêm, por exemplo, do Sri Lanka e são vendidas aos famosos 9,99€.

Tenho dito :)

Rogério Carvalho disse...

lol, está bom.

Já tinha reparado que a temática "comércio justo" é mesmo a "menina dos teus olhos".

Eu estou a concluir uma tese de mestrado que em pequenas particularidades se pode explorar vem o conceito de "comércio justo". Aliás, não fosse o tema a "Ética, imagem da empresa", mas em concreto no valor da informação divulgada. Claro que a responsabilidade social e causa do justo negócio, são bandeiras na imagem da empresa.

Obrigado, um beijinho.
Rogério Carvalho