2007/02/05

Custos, Despesas e dispêndios

Hoje em dia muita gente confunde-se muito com o significado e peso de cala uma destas palavras. Aliás, quem pensar um pouco sobre este assunto, com certeza me dirá que estas são sinónimos. Os dicionários assim o apontam, mas na gíria da contabilidade, em muitos dos casos são perfeitamente distintas, ou seja, como não têm o mesmo alcance pode acontecer falar num destes sem necessáriamente implicar os restantes dois.

Ora bem, custos são consumos. Despesas poderão ser entendidas como qualquer tipo de bens ou serviços adquiridos onerosamente ou sobre os quais nós assumimos uma obrigação para controlar efectivamente esses recursos adquiridos.
O dispêndio é sim entendido como o pagamento das nossas obrigações (despesas).


É muito frequente estes três conceitos verificarem-se numa só operação, por exemplo, o pagamento da refeição servida no restaurante, o valor da despesa é o valor do custo, isto pressupondo que a comida servida é totalmente consumida ou a parte que sobra é desperdício. Não existe conservação do serviço por um tempo considerável.
Outro exemplo é o pagamento mensal da água e electricidade. Toda a despesa foi consumida.


Os dispêndios, como atrás referi têm haver com os pagamentos efectuados. Poderá haver um espaçamento temporal entre o pagamento e a despesa. Isto depende muito da política de pagamentos utilizada pelas empresas, como o prazo médio de pagamentos (PMP), condições impostas pelos credores ou até adiantamentos efectuados. Muitas empresas podem ter despesas e custos sem dispêndios, isto se não pagarem (caloteiras). Acontece muitas vezes no que diz respeito ao pessoal, fornecedores (…). Este cenário geralmente está associado ao fim da continuidade empresarial.


A grande questão é exemplos de custos sem despesas ou, despesas sem custos durante um exercício económico. Por exemplo, os custos da estimativa de férias e subsídio de férias são exemplos de custos sem que haja despesas/dispêndio. O custo reflectido de uma amortização, por exemplo de uma campanha publicitária de há 3 anos, sobre o lançamento de um produto com mercado estimável de 5 anos (ou publicidade susceptível de gerar benefícios em anos seguintes).

A despesa pode estar dividida em várias partes. Pode ser capitalizável (activo imobilizado), pode ser consumida (custo), como também pode estar considerada como outro activo qualquer à espera de ser utilizado. Exemplos; despesas de instalação, despesas de I&D (investigação e desenvolvimento, sempre que reunam condições para serem capitalizáveis) são despesas actuais que por exemplo são repartidas e imputáveis a custos do exercício nos próximos 5 anos. Outro, a posse de selos de correio (houve despesa) e até serem consumidos podem estar numa conta de custos diferidos (activos).

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