2009/04/03

CHOCOLATE SUÍÇO

Repesquei isto do relato de uma visita à Fabrica de Chocolate da Nestle, em território Suíço (aqui).


"A matéria prima que depois vai dar origem ao chocolate é o cacau que vem de zonas tropicais como o brasil, venezuela,etc... "


Isto desperta-me sempre interesse, pois confesso-me admirador de visitar industrias e compreender o processo produtivo e utilidade, importância da produção na sociedade. Neste caso concreto, seria especial, pois adoro o chocolate.


Neste momento, recordo-me que visitei:

PSA Mangualde;
Industria de Madeiras em Mangualde do Grupo SONAE;
Industria de Porcelanas da Costa Verde em Vagos (Aveiro);
Industria de extracção, transformação de Mármores e Granitos (Marferreira - Avelal; Explogranifer - Sezures).

5 comentários:

Bárbara disse...

Vejo-me obrigada a comentar, ainda que em indeferido!

Cá tens a prova provada que o bom chocolate é feito com óptimo cacau que vem dos trópicos...

Grandes empresas como a Nestlé concentram 80% do mercado do chocolate o que lhes permite impor as suas regras e preços aos produtores de cacau. Esses preços não remuneram suficientemente os produtores, mas beneficiam grandemente os intermediários que retiram daí grandes lucros à conta da exploração do trabalho de outros e do desconhecimento de muitos consumidores, que continuam a achar que bom chocolate vem da Suiça.

Deixo-te alguns números comparativos:
A fase de comercialização (publicidade, distribuição e margem comercial) corresponde no comércio tradicional a um valor que oscila entre os 72% e os 81,5% do preço final. Este é o valor injusto que fica com os intermediários que intervêm entre o produtor e o consumidor.

No circuito do Comércio Justo, esta margem é menor (em média 60%) e reverte directa ou indirectamente para projectos que também beneficiam os produtores e a comunidade local. Ao fabricar o chocolate do comércio justo na mesma zona onde se produz o cacau, fica para os produtores cinco vezes mais do que pagam as grandes marcas.

Os chocolates vendidos no circuito do comércio justo provêm de pequenos produtores auto-organizados de países como a República Dominicana, o Equador, a Bolívia ou o Gana, aos quais é garantido um preço justo, o pré-financiamento à produção e cooperação para o auto-desenvolvimento.

Eu sou suspeita para falar, mas mesmo assim arrisco! Provem um bom chocolate feito nos "trópicos" e verão que é tão bom ou melhor do que o melhor que se faz em terras trans-alpinas =)

p.s. desculpa o testamento! =)

Rogério Carvalho disse...

Muito obrigado pelo comentário.

São destes comentários que mais aprecio e no fundo qualquer bloguista gosta de receber.

Acredita, esta temática com o teu desenvolvimento, permitiu-me ter uma ideia mais realista que o simples apontar que: "existe relações ingratas e degradantes que resultam na dependência dos paises fornecedores das matérias-primas; ou o poder do Norte sobre o Sul."

Existem muitos factores que proporcionam esse desiquilíbrio. Eu apontarei brevemente o link de um post, que define como se exerce poder e domínio. Outra visão.

São sempre bem vindos os comentários.

Rodrigo disse...

Tu queres é tornar-te importador de cacau do brasil!! isso é que tu querias, ir lá buscar matéria prima pra adoçar a boca:)
Forte abraço

Rogério Carvalho disse...

Rodrigo, tendo em conta que o preço de aquisição do cacau é sobreavaliado entre os 70 e 80%, com custo da propaganda, etc.

Se me dedicar a esse ramo!? O melhor é negociá-lo na origem, não que tenha em mente as regras do comércio justo, mas sim para ter poder concorrêncial.

Para trabalhar essas matérias primas, cá estamos nós em consórcio. lool

Bárbara disse...

=)

Exploradores por exploradores já lhes bastam os que têm. Transacções más e mal balanceadas também já chegam... Mas se qualquer dia deixares de pensar só em euros podemos pensar numa cooperativa de comércio justo!!

ahaha

Nem só do vil metal vive a Humanidade. Aponta isso que é uma das maiores verdades a ter em conta!

Tenho dito.